R$ 42,61
Peso: 0.800
Tamanho: 16 x 23
Edição: 2007
Volume: 1
isbn: 978-85-275-0379-2
Ano Lançamento: 2007
Há muito que o público evangélico espera por uma teologia do NT como esta. Ao longo desta obra I. Howard Marshall traz profundas reflexões, fruto de muitos anos de estudo, pesquisa e ensino na área do Novo Testamento.Por isso mesmo, não é uma teologia que se sucumbe à tendência de enxergar no Novo Testamento uma diversidade que seja irreconciliável. Pelo contrário, o autor defende a existência de uma teologia neotestamentária formada a partir dos diversos testemunhos que encontramos nos livros do NT. E dessa forma, a partir da análise individual dos documentos que compõem o NT, vai passo a passo construindo uma síntese dessa teologia, provando assim sua tese: diversos testemunhos, um só Evangelho.
Sumário
Prefácio..............................................................................................9
Abreviaturas .......................................................................................11
Parte 1 Introdução
01. Como fazer uma teologia do Novo Testamento? ...............................15
Parte 2 Jesus, os Evangelhos Sinóticos e Atos
02. Os Evangelhos e a teologia do Novo Testamento ..........................047
03. O Evangelho de Marcos ..............................................................053
04. O Evangelho de Mateus ..............................................................087
05. Lucas – Atos: O primeiro tratado ..................................................117
06. Lucas – Atos: A continuação .........................................................139
07. A teologia dos Evangelhos Sinóticos e Atos ....................................163
Parte 3 As epístolas paulinas
08. A Epístola aos Gálatas .................................................................185
09. As Epístolas aos Tessalonicenses ..................................................207
10. A Primeira Epístola aos Coríntios ...................................................221
11. A Segunda Epístola aos Coríntios ...................................................247
12. A Epístola aos Romanos ...............................................................265
13. A Epístola aos Filipenses ...............................................................297
14. A Epístola a Filemom ....................................................................313
15. A Epístola aos Colossenses ...........................................................317
16. A Epístola aos Efésios ...................................................................329
17. As Epístolas Pastorais ...................................................................345
18. A teologia das epístolas paulinas ...................................................365
19. Paulo, os Evangelhos Sinóticos e Atos .............................................407
Parte 4 A literatura joanina
20. O Evangelho de João .....................................................................425
21. As Epístolas de João ......................................................................457
22. O Apocalipse de João .....................................................................473
23. O Evangelho, as Epístolas e o Apocalipse de João ..............................489
24. João, os Evangelhos Sinóticos, Atos e Paulo ......................................499
Parte 5 Hebreus, Tiago, 1–2Pedro e Judas
25. A Epístola aos Hebreus .....................................................................521
26. A Epístola de Tiago...........................................................................539
27. A Primeira Epístola de Pedro...............................................................551
28. A Epístola de Judas ..........................................................................565
29. A Segunda Epístola de Pedro..............................................................573
30. Hebreus, Tiago, 1–2Pedro e Judas no Novo Testamento .......................583
Parte 6 Conclusão
31. Diversidade e unidade no Novo Testamento .........................................605
Bibliografia ............................................................................................627
Sugestão de leitura ................................................................................653
INTRODUÇÃO
Antes de discutirmos o modo como podemos escrever uma teologia do Novo Testamento, é necessária uma palavra sobre a legitimidade e a possibilidade dessa iniciativa.
O NOVO TESTAMENTO COMO OBJETO DE ESTUDO
O crítico mais proeminente contra tal iniciativa é Heikki Räisänen, que aponta quatro motivos pelos quais considera que isso não deve e não pode ser feito.Primeiro, ele afirma que história e teologia não devem se misturar. Nesse sentido, alega que não é tarefa dos estudiosos do Novo Testamento, no desempenho de sua função, tratar de teologia. Antes, o seu âmbito de atuação é o campo da história. O que um estudioso do Novo Testamento pode fazer é simplesmente escrever um relato descritivo sobre a igreja primitiva e nada mais do que isso.Escrever teologia é uma tarefa prescritiva, e o estudioso do Novo Testamento não possui autoridade para prescrever coisa alguma a ninguém. Segundo, Räisänen defende que a própria natureza do material nos restringe a escrever um relato histórico sobre a religião dos primeiros cristãos. Nesse ponto, ele retoma a proposta específica apresentada por William Wrede no século passado. Em terceiro lugar, ele afirma que um estudo que se limita à análise dos documentos neotestamentários pode se dizer que repousa sobre uma limitação artificialmente imposta. Uma limitação determinada pelo processo de constituição do cânon, que por sua vez representa uma decisão teológica posterior, cujas bases não se encontram na história da igreja primitiva.Em último lugar, ele alega que existe tamanha contradição entre esses documentos que seria impossível nos basearmos neles para extrair uma única teologia do Novo Testamento, no sentido de uma perspectiva teológica que fosse unificada e comum a todos os documentos existentes. Os argumentos de Räisänen foram alvo de uma refutação detalhada e bastante convincente por parte de Peter Balla.À primeira alegação de Räisänen, Balla responde que não existe uma boa razão para a teologia dos primeiros cristãos não ser objeto de um estudo histórico. Acrescenta ainda que esse estudo pode ser realizado sem que seu ponto de partida seja necessariamente uma perspectiva eclesiástica, ou que sua conclusão seja uma declaração sobre aquilo em que a igreja deva crer. O primeiro raciocínio de Balla é bastante sólido, mas a segunda objeção ainda precisaria de uma análise adicional mais detalhada.Talvez a resposta mais simples e convincente para o segundo argumento apresentado por Räisänen seja a constatação de que surgiram nos últimos anos nada menos do que dez grandes obras escritas por acadêmicos do Novo Testamento de altíssima competência e ligados a vertentes teológicas bastante distintas. É muito difícil acreditar na idéia de que todos eles estejam unidos em torno de algo basicamente ilegítimo, sendo ainda que a própria existência de suas obras demonstra que essa é uma iniciativa possível!
A QUESTÃO DO CÂNON
O terceiro argumento de Räisänen possui maior peso. A princípio, coloca-se o seguinte questionamento: o conjunto de vinte e sete documentos, que constitui o Novo Testamento, forma de fato uma coletânea unificada e capaz de uma diferenciação válida frente a outros documentos do período? Em outras palavras, esses documentos se constituem em um adequado objeto de estudo? É correto analisar os documentos do Novo Testamento por si mesmos? Ou ainda, é certo excluir dessa análise, por exemplo, documentos escritos pelos pais apostólicos, o Evangelho de Tomé ou o Evangelho de Pedro? É possível apontar cinco argumentos em defesa do cânon, sendo que, a meu ver, os quatro primeiros são bastante sólidos. Primeiro, esses documentos foram reconhecidos por cristãos em períodos seguintes como um conjunto de livros sagrados que gozavam do mesmo status atribuído aos escritos que os judeus aceitavam como suas Escrituras. O formato da coletânea e a essência de seu conteúdo foram fundamentalmente determinados por volta do final do segundo século da era cristã. No entanto, foi somente no ano 367 d.C. que surgiu a primeira declaração, ainda existente, sobre a lista dos livros que mais tarde seriam quase que universalmente aceitos como canônicos.Podemos admitir que todo o processo, no qual esses livros foram reunidos e separados dos demais, desenvolveu-se por um longo período após sua redação e, também, que não foram escritos com a intenção deliberada de formar um conjunto de livros. O próprio fato de um consenso haver surgido em torno deles, no entanto, é suficiente para sustentar a posição de que a igreja primitiva estava certa ao reconhecer nessas obras certas características comuns, as quais constituem a base de sua unidade.