R$ 15,95
Páginas: 208
Peso: 0.309
Tamanho: 16 x 23
Edição: 2012
Volume: 1
isbn: 978-85-275-0504-8
Ano Lançamento: 2012
Esta obra trata de um tema de suma importância - como os cristãos devem interagir com a cultura em que vivem. O autor faz uma releitura da tipologia clássica de H. Richard Niebuhr e mostra que as cinco opções de como cristãos devem se relacionar com a cultura, propostas por Niebuhr, são reducionistas e, na pior das hipóteses, antibíblicas. Carson propõe uma solução unificadora. Lançando mão dos pontos decisivos do enredo bíblico, como a queda, o chamado de Abraão, a vinda do Messias, sua morte, ressurreição e segunda vinda, e a dádiva do Espírito Santo, o autor argumenta que, somente quando todas as categorias bíblicas são consideradas simultaneamente, é possível contribuir para o entendimento correto da cosmovisão cristã e suas implicações na relação diária do cristão com a política, as artes, a educação, e todas as demais áreas da cultura.
sumário
Prefácio ......................................................................................................9
1. Como pensar a cultura: Lembrando-nos de Niebuhr .....................................13
2. Niebuhr revisto: o impacto da teologia bíblica...............................................37
3. Refinando cultura e redefinindo pós-modernismo.........................................65
4. Secularismo, democracia, liberdade e poder.................................................105
5. Igreja e Estado.........................................................................................131
6. Sobre agendas controversas, utopias frustradas e tensões contínuas..............179
Índice de assuntos........................................................................................199
Índice de nomes...........................................................................................203
Prefácio
Quatro considerações me impeliram a escrever este livro.Primeiramente, desde o dia de Pentecostes, os cristãos tiveram de
considerar em profundidade a natureza de seu relacionamento com os outros. Logo os cristãos se multiplicaram, rompendo um número notável de barreiras raciais e sociais, formando uma igreja, uma comunhão, um corpo, que transcendia as categorias estabelecidas de império, etnia, língua e posição social. Mesmo dentro das páginas do Novo Testamento, os cristãos são instruídos tanto a ver o governo como algo ordenado por Deus quanto a ver pelo menos um governo específico como representante do anticristo. As brigas mais antigas dentro da igreja das quais se tem notícia em parte giraram em torno de diferenças culturais, a saber, injustiças que, na percepção de alguns, ocorriam no serviço prestado a diferentes grupos linguísticos.Deixando para trás as páginas do Novo Testamento, mesmo um conhecimento superficial da história da igreja revela uma diversidade inacreditável de situações em que cristãos se viram: em perseguição e no governo, isolados e dominantes, ignorantes e bem educados, muito distintos da cultura ao redor e praticamente sem nenhuma diferença dela, empobrecidos e ricos, zelosos na evangelização e inertes na evangelização, reformadores sociais e apoiadores do status quo social, desejosos da vinda do céu e esperançosos de que ele não chegue tão cedo. Todas essas possibilidades polarizadas refletem diferentes maneiras de autocompreensão cultural. É inevitável que, na maioria das gerações, os cristãos tenham ponderado quais devam ser suas atitudes. A minha voz é apenas mais uma nesta longa corrente de reflexão cristã.A segunda razão que me levou a este livro é tão contemporânea quanto a primeira é universal. As comunicações imediatas de hoje em dia significam que, com apenas um mínimo esforço, cristãos ficam conscientes dos contextos culturais 10 t cristo e cultura extraordinariamente diferentes em que outros cristãos se encontram. Sabemos informações de cristãos em Serra Leoa, o país mais pobre da terra; também ficamos sabendo sobre cristãos em Hong Kong e em Nova Iorque. Observamos a igreja se multiplicar na América Latina, bem à vista de todos, e a observamos multiplicar-se na China, até certo ponto às escondidas. Testemunhamos a notável perda de consenso cristão em quase todas as partes da Europa Ocidental e vemos explodir o número de cristãos na Ucrânia e na Romênia. Lemos sobre cristãos presos no Irã, decapitados na Arábia Saudita e massacrados aos milhares no sul do Sudão, ao mesmo tempo que observamos a opulência de alguns bairros cristãos em Dallas e Seul. Numa aldeia de Papua-Nova Guiné, sentamo-nos com irmãos e irmãs semianalfabetos que estão aprendendo a ler e não conseguimos esquecer que seus avós foram canibais; sentamo-nos com os diretores de seminários e reitores de universidades cristãs, responsáveis por administrar sabiamente dezenas de milhões de dólares a cada ano. No passado, era mais fácil manifestar-se sobre a própria cultura sem fazer referência às culturas de outros, mas hoje em dia textos com enfoque tão restrito parecem ultrapassados ou então fazem o esforço consciente de alcançar apenas uma cultura — não têm nenhuma aspiração de oferecer uma visão mais ampla. Muitos dos artigos e livros que cristãos escreveram no passado para analisar a relação entre cristãos-que-vivem-numa-cultura-mais-ampla e não-cristãos-dentroda-cultura-mais-ampla refletiam a particularidade do contexto cultural do autor. Dietrich Bonhoeffer não causa a mesma impressão que Bill Bright, e a maioria das pessoas ponderadas admitirá que suas próprias experiências influenciam bastante suas respectivas ênfases teológicas, em especial aquelas que dizem respeito à rela-ção entre cristãos e descrentes. Se Abraham Kuyper tivesse crescido no ambiente dos campos de morte do Camboja,supõe-se que suas ideias sobre a relação entre cristianismo e cultura teriam sido significativamente modificadas. Embora a análise cultural abrangente feita por H. Richard Niebuhr (sobre a qual falarei muito mais) vasculhe a história com o intuito de enriquecer a pesquisa, fica cristalino que até ela é na verdade a posição de um ocidental de meados do século , imerso na herança do protestantismo liberal da época. Hoje, porém, a enorme diversidade de experiências cristãs se impõe, mais do que nunca, diante dos nossos olhos. Suspeitamos tanto de análises superficiais, que parecem válidas em determinada situação cultural e se revelam patentemente irrelevantes em outras situações, que tentamos fazer apenas análises locais. Argumentarei, no entanto, que algo importante, algo transcendente, se perde com essa falta de coragem.
Endosso
“Carson escreve de forma clara e precisa sobre a oportuna questão de como os cristãos devem interagir com a cultura. Extremamente preparado para escrever um livro como este, o autor expõe e derruba por terra diversos reducionismos que, segundo ele, afligem os cristãos. Não podemos reduzir a relação entre Cristo e cultura a um mero modelo (seja ele um modelo proposto por Niebuhr ou por qualquer outro). A leitura deste livro apurou minha compreensão do assunto. Por isso, aconselho você a comprá-lo e a lê-lo. Depois de ler, empreste-o a pessoas da sua igreja. E acabe com os reducionismos.”MARK DEVER, pastor da Igreja Batista de Capitol Hill, Washington, D.C., e fundador do ministério 9marks.“Não enfrentamos questão mais crucial nos dias de hoje do que a relação da igreja e do evangelho com a cultura contemporânea. O tratamento que Carson dá a esse tema é o mais equilibrado que conheço. Em vez de defender interesses próprios ou forçar algum paradigma, ele ouve atentamente às Escrituras e nos leva, por fim, a uma simplicidade apurada sobre a questão. Recomendo enfaticamente sua leitura!”TIM KELLER, pastor da Igreja Presbiteriana Redeemer, Nova Iorque, e autor das obras A Cruz do Rei e O significado do casamento, pubicados por Edições Vida Nova.