R$ 31,95
Peso: 0.450
Tamanho: 16 x 23
Edição: 2005
Volume: 1
isbn: 978-85-275-0347-1
Ano Lançamento: 2005
Romanos é, de longe, a mais comentada de todas as epístolas escritas pelo apóstolo Paulo ou a mais estudada de todo o Novo Testamento. O grande reformador Martinho Lutero atribuiu seu renascimento espiritual à leitura dessa carta. Grandes temas da fé cristã como pecado, eleição, justificação, predestinação, relação entre lei e graça, solidariedade da raça e futuro de Israel fazem com que estudiosos se debrucem sobre essa epístola para interpretá-la e aplicá-la aos nossos dias.
Sumário
Prefácio ...........................................................006
Abreviaturas .......................................................009
Introdução .........................................................011
Esboço de Romanos .................................................017
1.Fórmula de abertura da epístola (1.1-7)...........................019
2.Paulo e a igreja romana (1.8-16a).................................029
3.Declaração do tema da epístola (1.16b, 17).......................035
4.A revelação da justiça que é de Deus somente pela fé — explanação de “aquele que é justo pela fé” (1.18—4.25).....................041
5.Explanação de a vida prometida aos que são justos pela fé — “viverão”(5.1—8.39).......................103
6.A incredulidade dos homens e a fidelidade de Deus (9.1—11.36).........................................201
7.A obediência a que são chamados os que são justos pela fé (12.1—15.13)................................265
8.Conclusão à epístola (15.14—16.27)....................................................................323
Introdução
A importância fundamental de Romanos na história da igreja é bem conhecida. Muitas vezes ela desempenhou papel decisivo na renovação da fé e da vida cristã. Seremos sensatos se a discutirmos com ávida expectativa. Não é fácil. É necessário reconhecer isso prontamente.Porém, se estivermos dispostos a trabalhar nela com seriedade e atenção, não precisamos recear que nossos esforços não sejam grandemente recompensados.Enquanto há apenas poucos estudiosos sérios, hoje, que duvidem ser Paulo o autor da totalidade de Romanos com exceção de 16.24-27 e, naturalmente,16.22 (alguns costumam ainda excetuar algumas passagens muito curtas que afirmam — ao nosso ver injustificadamente — serem glosas), existe considerável controvérsia a respeito da confusão da prova incidindo sobre a relação dos capítulos 15 e 16 com o resto da epístola. Essa prova inclui, entre outros itens, o fato de que a doxologia (16.25-27) é colocada diversamente na tradição textual, no fim do capítulo 14, no fim do capítulo 15, no fim do capítulo 16, e também ambas no fim do capítulo 14 e no fim do 16; o fato de que a “graça” aparece duas vezes na grande maioria dos manuscritos, como 16.20b e 16.24, mas é omitida por algumas autoridades antigas no primeiro lugar e por outras, incluindo algumas muito importantes, no segundo; a omissão por um manuscrito grego (com algum apoio adicional) de “em Roma” em 1.7 e “que estão em Roma” em 1.15, ou seja, duas únicas referências explícitas a Roma na epístola; e o fato de que o capítulo 16 compõe-se, em grande parte, de saudações a pessoas particulares.Dessa prova apresentam-se, basicamente, três explicações: (1) que Paulo compôs originariamente 1.1—14.23, sem as referências a Roma em 1.7 e 1.15,como carta geral para circulação entre as igrejas não fundadas por ele e que não visitara, e que, por isso, a adaptou posteriormente, para enviá-la aos cristãos de Roma com o acréscimo do material que agora acompanha 14.23, como também a inserção das referências a Roma no capítulo 1; (2) que Paulo compôs originariamente 1.1—15.33, e a enviou a Roma, depois enviou cópia dela completada pelo capítulo 16 a outra igreja — supõe-se, em geral, que seja a igreja de Éfeso; e (3) que Paulo compôs 1.1—16.23 para ser levada a Roma.É quase certo que (1) deveria ser rejeitada como improvável. Em primeiro
lugar, 1.8-13 contém declarações (particularmente os v. 8 e 13) a tal ponto específicas que seriam dificilmente aceitáveis numa carta não tencionada para igreja particular ou, ao menos, para grupo particular de igrejas. A segunda objeção, e até
mais grave, é que de 14.23 decorre conclusão que não satisfaz de modo algum numa carta, até com a adição da doxologia de 16.25-27. Que Paulo contentou-se,no começo, com terminar sua carta em 14.23, e que somente mais tarde, ao adaptá-la para Roma, percebeu ser o argumento incompleto e por isso inseriu 15.1-13,antes de acrescentar o material com importância específica para os cristãos romanos,é extremamente inverossímil. A forma breve da carta deve, antes, ser explicada como tendo origem em Marcião, o qual, de acordo com Orígenes, suprimiu tudo depois de 14.23. O fato de que, com as opiniões que ele nutria, tivesse feito objeção a 15.1-13, com a sua forte concentração de citações do AT e declarações tais como 15.4 e 15.8, torna-se facilmente compreensível. A doxologia, seja qual for a sua origem, foi acrescentada provavelmente, em primeiro lugar, a este breve texto, porque se sentia a necessidade de alguma espécie de conclusão. As leituras variantes em 1.7 e 1.15, que constituem o argumento mais forte em favor de (1),talvez tenham a sua explicação como devidas à tendência a omitir referências localizadoras no uso litúrgico.A alegação (em apoio de [2]) de que o capítulo 16 é mais adequado para Éfeso do que para Roma, parece-nos ser totalmente inconvincente. Por exemplo,a presença de tantas saudações individuais, longe de falar em favor de Éfeso contra Roma, aponta na direção oposta; já que — a julgar pelas outras cartas dele — Paulo dá a impressão de abster-se de enviar saudações a particulares conhecidos dele, provavelmente porque percebeu ser odioso escolher indivíduos onde todoseram amigos dele, ao passo que, ao escrever a Roma, que ele ainda não visitara, o envio de saudações a conhecidos seria meio de estabelecer contato, e não causará nenhuma surpresa que muitos, que ele encontrara em outros lugares, tivessem chegado à capital imperial. E, se estivesse enviando realmente cópia de carta, escrita para outra igreja, à igreja de Éfeso onde exercera o ministério mais tempo do que em qualquer outro lugar, é concebível que não tivesse mais nada lhes dizer do que aquilo que se diz no capítulo 16? O argumento mais forte em favor de (3) é a posição da doxologia no final do capítulo 15, em antigo manuscrito grego muito importante. Não constitui, porém, grande dificuldade compreender como uma conclusão em forma de texto pudesse existir. Caso alguma cópia de Romanos fosse enviada por Paulo a outra igreja por causa do interesse geral e da importância de seu conteúdo, não causaria surpresa alguma se o último capítulo fosse omitido,por não oferecer interesse geral; e numa data mais tardia, alguém, fazendo cópia| 13 de Romanos para uso de sua própria igreja, poderia facilmente tê-lo omitido pelo mesmo motivo.