Espiritualidade - vivência da graça

"Espiritualidade" é uma exigência atual da fé. As pessoas buscam por espiritualidade profunda e comprometida. Contudo, nem sempre se define com clareza a natureza mais exata desse termo.

O livro Espiritualidade - vivência da graça nos apresenta, de forma concisa, como a espiritualidade foi entendida ao longo da história. Um grande espaço é dado ao seu entendimento pelo reformador Martim Lutero, sobretudo a partir do seu escrito sobre o Magnificat (Lc 1.46-55). Da época mais recente, são analisados os conceitos explicativos para o termo desde o Concílio Vaticano II até a Teologia da Libertação. A análise histórica mostra que "espiritualidade" é um termo plural e multicolorido, por causa de sua história variada e por causa das múltiplas concepções acerca da concretização da fé cristã que fizeram uso desse termo e para as quais ele se tornou característico. Por essa razão, a atual exigência por "mais espiritualidade" pode, em verdade, significar coisas bem diferentes e até contraditórias, dependendo sempre de quem as coloca.

Para o autor, a espiritualidade em sentido cristão não pode ser outra coisa que o domínio do Espírito. Se espiritualidade nasce e é nutrida pela experiência do Espírito de Jesus Cristo, isso também significa que ela jamais pode ser entendida e vivenciada como obra nossa ou produto de nosso esforço. Ela é, sim a ação do Espírito do Evangelho em nós, que nos faz renascer para as novas criaturas e que nos faz descobrir como centro de nossa vida não mais nós mesmos, mas a graça libertadora e recriadora de Deus. Esta permite que nos sintamos acolhidos e acolhidas, protegidos e protegidas por Deus e, dessa forma, libertos e libertas para um discipulado de fraternidade, acolhimento e cuidados recíprocos.