Em um momento efervescente da história, o homem renascentista retorna ao passado greco-romano e forma uma visão crítica de seu mundo. Na Astronomia, Copérnico transfere o centro do universo da Terra para o Sol, enquanto Guilherme de Occam, nas ciências humanas, aparta a Teologia da Filosofia. É a era dos descobrimentos marítimos, tornando a Europa apenas um entre outros continentes.
Maquiavel oferece aos reis novas concepções para a política e o poder. Enquanto o lucro e os juros são condenados pela Igreja Católica como avareza, a burguesia comercial, em franca expansão, condena o trabalho feudal. A Igreja Católica, em contraparte - preocupada em governar o mundo -, institui a venda de indulgências com o intuito de captar novos recursos.
É nesse contexto histórico de mudanças que – tendo como mentor o monge agostiniano Martinho Lutero – eclode a Reforma Protestante, com três críticas básicas à Igreja Católica: o abuso da autoridade papal, o purgatório e o “mérito extra”, que favoreciam a prática da venda de indulgências. Lutero, na contramão de seu tempo, tira Roma do centro da cristandade ocidental e centraliza tudo em Cristo, construindo uma releitura da fé cristã, corrompida e obscurecida por doutrinas e tradições humanas.
O homem que não se curvou é um romance histórico que revela o cotidiano político, econômico, social e religioso em que eclodiu a Reforma Protestante, em 1517, até a excomunhão de Lutero, em 1523.