O Uzbequistão continua a atacar pessoas que se reunem pacificamente para compartilhar informações e opiniões sobre livros religiosos. Nos casos mais recentes, colaboradores de dois jornais religiosos islâmicos – Irmoq (Seven) e Yetti Iqlim (Seven Climates) – e alguns batistas foram punidos por exercer seu direito de religião e crença.
Obiddin Makhmudov, da agência de imprensa e informação, negou que Irmoq perdeu sua licença. “Eu descobri ontem pela televisão que a equipe da revista é suspeita de ter ligação com uma organização religiosa banida do país”.
Makhmudov disse que seu departamento licenciou “muitas publicações”, e que não poderia ter monitorado os artigos do Irmoq especificamente. “Eu não sei o que eles realmente publicaram”, respondeu ele quando questionado sobre o motivo da censura ao jornal. “Precisamos esperar e ver que decisão as autoridades vão tomar”, afirma ele.
Bakhrom Ibrahimov, Rovshanbek Vafoyev, Davron Kabilov, Abdulaziz Dadakhonov and Botyrbek Eshkuziyev, escritores para a Irmoq, estão sendo julgados por quebrar o artigo 244 do código criminal, que condena a “disseminação de informações e materiais contendo ideias de extremismo religioso, separatismo e fundamentalismo, massacres ou violências ao indivíduo e tentativa de criar pânico entre a população. Também reprova o uso da religião como propósito de quebrar o consenso da população e as regras estabelecidas de conduta em sociedade e segurança pública”. O mesmo artigo foi usado contra o pastor pentecostal Dmitry Shestakov (saiba mais), condenado em março de 2007 a quatro anos em um campo de trabalho.
A importação e produção de literatura religiosa no Uzbequistão também são muito controladas, mesmo para textos como o Alcorão e a Bíblia.
O inspetor de polícia Umarov disse que “O cristianismo não está banido do Uzbequistão, mas precisamos checar e ver se os livros e outros materiais foram autorizados pelo comitê de assuntos religiosos”. Se os materiais confiscados não forem autorizados, a polícia “pode acusar os responsáveis”. O comitê é responsável pela censura e “avaliação especializada” de toda literatura religiosa.
Muitos cristãos batistas uzbeques prestaram queixas por terem seus materiais confiscados. Eles estavam distribuindo livros, Bíblias, revistas e panfletos, quando oito homens apareceram e levaram os cristãos para a delegacia.
Alguns deles foram presos e interrogados durante sete horas. Um oficial negou essa informação e disse: “Tivemos apenas uma conversa rápida com eles, e depois os liberamos”. Agora, a polícia quer abrir uma investigação contra essa igreja Batista, pois ela não é registrada no país.
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