Apesar da atmosfera de paz que existe em certas regiões da Colômbia, principalmente depois que alguns acordos com as FARC foram assinados, para colocar fim nos atuais conflitos, ainda há muitos líderes cristãos enfrentando perseguições e violência. Enquanto a maioria dos colombianos comemoram com entusiasmo esse momento de êxito por parte do governo, há muitos líderes comunitários e defensores dos direitos humanos sendo tratados com hostilidade e até sendo intimidados por defenderem grupos cristãos e suas práticas evangelísticas.
Uma das formas de perseguição enfrentada pelos líderes da igreja no país apresenta-se como uma oferta de benefícios econômicos em troca de participação em corrupção. Muitos criminosos enxergam as organizações cristãs como o local perfeito para lavagem de dinheiro. Quando os líderes se recusam, o que acontece na maioria das vezes, os traficantes os intimidam, fazendo ameaças e até mesmo agredindo-os. Norberto Duran*, um líder colombiano, compartilhou uma de suas experiências: "Há alguns meses, um caminhão parou perto de mim, e os homens me forçaram a ir com eles para uma área rural. Chegando lá, me ofereceram 200 milhões de pesos (cerca de 65 mil dólares) para lavar dinheiro para eles. Quando me recusei, eles me bateram com uma arma, quebrando um dos meus dentes", conta o líder.
Mas a violência não se limita às áreas rurais, há muitas cidades colombianas que já experimentam a presença de gangues criminosas, onde há recrutamento de crianças e jovens, tanto para atuar entre eles, quanto para a prostituição. Numa cidade costeira, o líder cristão conhecido como Ventura* já recebeu seis ameaças de morte. "A mais recente" conta ele "foi quando um criminoso chamado Costilla entrou na igreja, no meio de um culto. Ele me ameaçou aos gritos e palavrões. Enquanto isso, todos os fieis permaneceram em silêncio, e orando pela minha proteção. Ele foi embora sem fazer nada, mas todos sabem que ele quer me matar", revela.
Numa região indígena do Norte da Colômbia, a Portas Abertas já registrou vários incidentes contra os cristãos. Só entre os meses de abril a junho, houve 25 incidentes envolvendo Lustenio Rios*, um líder indígena que perseguiu os cristãos da região por mais de 30 anos. Há dois anos ele se converteu ao cristianismo e agora enfrenta a perseguição na própria pele. "Eu preciso me esconder o tempo todo dos meus ex-amigos, pois sei que se eles me encontrarem, vão me matar. De acordo com as antigas tradições, eu cometi a pior das ofensas, me tornando um cristão. Mas eu não vou negar a minha fé em Cristo, pois agora a minha coragem vem do Senhor", conclui Lustenio. A Colômbia ocupa o 46º lugar na atual Classificação da Perseguição Religiosa, onde a igreja continua crescendo na fé, apesar da situação atual. Ore por essa nação.
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