Papa pede criação de Estado Palestino para que a região viva em paz
O pontífice condenou a violência no Oriente Médio e pediu que a comunidade internacional emita uma resposta unânime
O papa Francisco discurso para o corpo diplomático do Vaticano nesta segunda-feira (12) comentando sobre a violência ao redor do mundo e pedindo que Israel e Palestina voltem a negociar para a criação do Estado da Palestina.
Na visão do pontífice, a separação da região vai fazer cessar a violência e assim fazer com que palestinos e israelenses vivam em paz. “[Que o Oriente Médio] possa recomeçar as negociações entre as duas partes, com intenção de fazer cessar a violência e a chegar a uma solução que permita tanto ao povo palestino como aos israelenses viverem em paz, com fronteiras claramente definidas e reconhecidas internacionalmente. Assim, a solução da criação dos dois Estados se tornará efetiva”.
Francisco entende que os diversos conflitos vivenciados em países como Iraque, Síria, Nigéria e outros faz com que o mundo viva uma “verdadeira guerra mundial combatida em partes”. Em defesa dos cristãos que são perseguidos e mortos nessas localidades, o papa lamentou e disse que o “Oriente Médio sem cristãos ficará desfigurado e mutilado”.
Sem citar diretamente o Estado Islâmico, o líder da Igreja Católica afirmou que “é preciso uma decisão unânime que, no quadro do direito internacional, pare a propagação da violência, restabeleça a concórdia e sare as profundas feridas que os desdobramentos dos conflitos provocaram”.
O terrorismo foi um dos temas abordados por Francisco que não deixou de citar os atentados em Paris ao afirmar que o fundamentalismo religioso “além de perpetrar horrendos massacres, refuta Deus para um mero protesto ideológico”.
Outros conflitos foram lembrados pelo papa argentino, incluindo a tragédia da escola militar de Peshawar, no Paquistão, que aconteceu em dezembro deixando 141 mortos e os conflitos na Ucrânia.
“Não se pode esquecer que as guerras trazem consigo outro crime horrível, que é o estupro”, disse Francisco falando dos países africanos como Congo e Sudão do Sul. “Isso é uma gravíssima ofensa à dignidade das mulheres, que não são só violentadas na intimidade de seu corpo, mas também na sua alma. Esse é um trauma que dificilmente será esquecido e que traz ainda consequências de caráter social”.
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