Durante o governo de José Sarney (1985-90), a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e seu líder, Edir Macedo foram monitorados pela Polícia Federal e pelo extinto Serviço Nacional de Informações em uma investigação que teve como objetivo descobrir a origem do apoio financeiro da igreja e tentar identificar os “testas de ferro” da organização que adquiriam emissoras de rádio e televisão.
Os relatórios, desclassificados recentemente pelo Arquivo Nacional na esteira da Lei de Acesso à Informação, mostram que a investigação nunca foi oficializada e afirma que a igreja estimulava o pagamento de dízimo em dólares e tinha fama de ter fiéis arruaceiros. Os documentos citam também que a instituição religiosa praticava charlatanismo.
– Recentemente a seita tem adquirido emissoras de radiodifusão através de testas de ferro e ao custo de milhões de dólares de procedência desconhecida – diz o documento publicado pela Polícia Federal, que afirma ainda que a Universal comprou, naqueles anos, dez emissoras de rádio ao custo de US$ 6 milhões.
De acordo com a Folha de S.Paulo, os órgãos de inteligência do governo Sarney também levantaram a relação dos pastores com políticos, fraudes e casos de charlatanismo. Na época, o governo classificava a IURD como uma “seita” que merecia controle e atenção dos órgãos de vigilância.
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