Um ponto de mudança nas tensas relações entre muçulmanos e cristãos no sul das Filipinas pode estar próximo. Espera-se que o entendimento ponha fim às disputas entre o governo filipino e separatistas muçulmanos e, com isso, diminua a violência entre os grupos religiosos
O presidente Benigno S. Aquino III anunciou, recentemente, que o governo nacional do arquipélago do sudeste asiático assinou um acordo de paz com a Frente Moro de Libertação Islâmica, grupo muçulmano separatista. Por muitos anos, os rebeldes têm lutado pela independência da ilha de Mindanao, predominantemente muçulmana.
Tal acordo deve estabelecer uma nova área, chamada Bangsamoro, que ainda será sujeita à constituição filipina, mas, ao invés do Código Civil, será regida pela sharia (lei islâmica). No entanto, a sharia não seria aplicada aos cristãos e outros não-muçulmanos que vivem na área.
A convenção para a criação de uma região muçulmana autônoma foi bem recebida por líderes religiosos, incluindo o bispo Martin Jumoad, cuja diocese tem uma das maiores populações cristãs do país. Jumoad disse que o acordo é um passo em direção à paz, se ele servir de ajuda na construção do respeito aos cristãos no sul das Filipinas. Diversos grupos de direitos humanos relataram em julho que as Filipinas são "um dos lugares mais perigosos para os missionários estrangeiros."
Outras instituições, porém, se revelaram preocupadas com o que este novo desenvolvimento significará para a liberdade religiosa. Segundos eles, o governo não só quer transgredir o princípio da liberdade religiosa em troca de uma "paz tênue", como outro grupo separatista, a Frente Nacional de Libertação Moro (MNLF), disse que vai causar sérias agitações, se o contrato atual avançar para a efetivação. Líderes do MNLF afirmaram que o recente acordo de paz viola um acordo entre o grupo e o governo, feito em 1996.
Se aprovado, o acordo de paz será promulgado ao longo de dois anos. O documento ainda deve ser avaliado pelo Congresso.
A organização Christianity Today (CT) constatou que, nas Filipinas, há violência contra os cristãos desde 2000, incluindo o sequestro, em 2007, de um líder italiano crente.
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