Um cristão assírio que fugiu dos ataques do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), está lutando contra uma decisão do governo do Reino Unido. Ele teve seu pedido de asilo negado e deverá ser deportado de volta para o Iraque.
Sarmad Ozan, um jovem de 25 anos que é ex-diácono de uma igreja em Mossul — a terceira maior cidade do Iraque — deixou a região quando o EI assumiu o poder, em junho de 2014. Apesar das condições horríveis que os cristãos enfrentam no Oriente Médio, as autoridades do Reino Unido estão bloqueado sua pedido de asilo. Por conta disso, ele pode voltar para o Curdistão ou Bagdá, de acordo com entrevista para o site Russia Today.
Ozan disse que um "genocídio em câmera lenta" estava sendo realizado contra cristãos iraquianos, todos os dias.
"Nós estávamos vivendo, antes de 2003, sem discriminação entre as pessoas. A gente vivia normalmente, sem perguntar sobre a religião dos outros ou qualquer coisa assim. Mas, depois de 2003, as coisas ficaram complicadas. Quando você é um cristão, eles lidam com você e falam com você de uma maneira diferente", disse ele.
"Não existem cristãos em Mosul, atualmente. Uma minoria está em Bagdá e no sul. Nós somos uma minoria em todos os lugares dentro do Iraque e isso é muito difícil. Eles podem fazer várias perguntas até descobrir quem é cristão. Se um cristão é descoberto, ele pode ser morto”, explicou.
Ozan descreveu a invasão do EI em Mosul. Ele disse que no início, eles não matavam ninguém — afirmando que apenas tinham um problema com o governo e não com as pessoas comuns. “Eles diziam que as pessoas que estavam fugindo deveriam voltar para suas casas, antes do massacre real começar”.
"Mas, no mês seguinte, em julho, eles anunciaram na mesquita, três opções para os cristãos que estavam em Mosul. Eles disseram que a gente deveria se converter ao Islã, ou pagar a jizya, que é um imposto muito caro, ou então sermos mortos dentro de 24 horas. Então, cada família cristã deixou Mosul naquele dia", pontuou.
"Eles fizeram postos de controle nas fronteiras de Mosul, onde verificavam os cartões de identidade, porque a religião fica registrada nesse bilhete", acrescentou Ozan.
"Então, sempre que eles viam um cristão passando pela fronteira, eles pegavam todos os seus bens e levavam tudo, inclusive os carros. Nós caminhamos todo aquele dia em direção a Erbil. Todas as famílias cristãs foram caminhando naquele dia”, ressaltou.
"Chegamos à noite. Os jovens dormiam nas calçadas, algumas pessoas em tendas, ou em salões de igrejas. Nós ficamos em lugares diferentes", disse.
Pedido de asilo
Ozan era incapaz de pedir asilo em países árabes, vizinhos do Iraque. Mas em 2015, ele se formou com um diploma de engenharia. Ele ganhou uma bolsa do Estado para estudar em um mestrado no Reino Unido. Mas depois que ele chegou na Grã-Bretanha, a violência se espalhou por todo o Iraque e seu dinheiro da bolsa foi bloqueado pelo Governo e ele ficou preso. Sentindo-se incapaz de voltar para o risco de morte no Iraque, o jovem pediu asilo.
"Eu ainda estou apelando porque é impossível voltar a um lugar sem dinheiro algum. A nossa casa foi tomada pelo Estado Islâmico. Tudo foi tomado por eles. Até mesmo os nossos vizinhos estão apoiando o EI. Então, como eu posso ir para um lugar onde ninguém vai me apoiar? Isso significa que, se eles querem me mandar de volta, eles querem me matar", disse ele.
Ele acrescentou: "Eu quero viver como uma pessoa normal Eu quero viver normalmente. Porque desde 2014 até agora eu estou esperando por uma resolução para mim e para todos os cristãos que tiveram suas vidas arruinadas pelo EI. Queremos continuar nossas vidas", finalizou.
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