O grupo radical islâmico Al-Shabaab, da Somália, assumiu a responsabilidade pelos dois ataques de domingo, (1/07), em Garissa County, no Quênia, no qual duas igrejas foram atingidas e 17 pessoas mortas.
Os ataques foram consequência da iniciativa de líderes muçulmanos do Quênia, que concordaram em formar grupos de autodefesa para proteger as igrejas destes atentados.
Em um tweet na manhã de quarta-feira, os rebeldes disseram que realizaram os ataques em retaliação às Forças de Defesa do Quênia (KDF), que faziam uma incursão na Somália.
Um membro do Al-Shabaab, Sheikh Hassan Takar, disse que a milícia matou pessoas que não professam fidelidade a Deus.
"Os mujahedins (guerreiros sagrados) punem com as próprias mãos, todos aqueles que crêem e adoram qualquer outro além de Allah", disse ele. "Os militantes vão continuar agindo assim até que essas práticas sejam eliminadas." Acrescentou.
Eles querem que o governo queniano retire suas tropas da Somália, e avisam que atacarão as principais construções de Nairobi, capital do Quênia, se as tropas continuarem lutando contra o Al-Shabaab.
Ao mesmo tempo, Adan Wachu, chefe do Conselho Supremo de muçulmanos do Quênia, disse à BBC que os ataques foram atos de terrorismo.
"Há pessoas lá fora que estão determinadas a fazer do Quênia outra Nigéria", disse Sr. Wachu, que é também presidente do Conselho Inter-Religioso do Quênia.
"Não permitiremos que haja uma divisão sectária neste país, quem quiser fazer isso, certamente, não terá êxito".
Os líderes muçulmanos e cristãos no país se manifestaram para tranquilizar os quenianos, dizendo que os ataques em Garissa, não tiveram motivação religiosa. Eles disseram que os quenianos têm coexistido pacificamente por muito tempo, independentemente de suas opções religiosas.
Enquanto isso, o governo queniano afirmou que não vai retirar as Forças de Defesa do território somali. O primeiro-ministro, Raila Odinga, disse que fazer isso é o mesmo que se render aos terroristas.
O Quênia tem sofrido uma série de ataques desde o envio de suas tropas para o sul da Somália, em outubro passado, com o objetivo de destruir os grupos radicais que lutam para derrubar os governos apoiados pela ONU, no Corno de África*.
*Corno de África ou Chifre da África, também conhecido como Nordeste Africano e algumas vezes como península Somali, é uma designação da região nordeste do continente africano, que inclui a Somália, a Etiópia, o Djibouti e a Eritreia. O termo alude aos nativos da região e ao efeito afrodisíaco do corno de rinoceronte, que para muitos africanos é um símbolo de poder.
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