O governo da Malásia alertou os advogados do país a não debaterem questões legais relacionadas à religião no site do conselho de advogados.
No ano passado, o governo baniu o jornal Catholic Herald por usar a palavra “Alá” para se referir ao Deus cristão (saiba mais). Os editores do jornal protestaram que na língua malaia, “Alá” é a única palavra utilizada para Deus.
Agora, o conselho de advogados deu a sugestão de convidar seus integrantes e o público para participar de uma votação online questionando se algum dos grupos tem direito ao uso exclusivo da palavra “Alá”.
“Se eles (conselho de advogados) continuarem a discutir o assunto, os muçulmanos podem se levantar, e se eles fizerem isso, os advogados não devem se irritar, mas arcar com as consequências”, alertou Ahmad Zahid Hamidi, ministro encarregado de assuntos referentes ao islã.
“Esse foi o último aviso para o conselho de advogados. O gabinete e o parlamento ordenaram que o assunto não seja colocado em discussão.”
“Depois disso, espero que nenhum indivíduo ou organização fale sobre o assunto.”
Cerca de 60% dos malaios são nativos definidos pela lei como muçulmanos e proibidos de abandonarem a religião. O restante da população é formado por budistas, hindus e cristãos de origem chinesa e indiana.
Críticos do governo dizem que essa discussão está causando um conflito religioso na tentativa de fortalecer o apoio de sua base muçulmana.
O governo, que dirige o país desde sua independência da Grã Bretanha em 1957, está preso em uma luta com a oposição desde a queda na última eleição, a pior nos últimos anos.
No final dessa semana, o vice-primeiro ministro Najib Razak assumirá o cargo de primeiro ministro na tentativa de reverter o destino do governo.
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