Três militantes cristãos indonésios sentenciados à morte por ataques contra muçulmanos em 2000 deverão ser executados na quinta-feira ou na sexta-feira, segundo informações de seus advogados.

Fabianus Tibo, Marianus Riwu e Dominggus Silva deveriam ter enfrentado o pelotão de fuzilamento em agosto, mas conseguiram adiamento depois de um apelo feito pelo papa.

Os homens foram considerados culpados por incitar ataques durante confrontos na região central da Ilha indonésia de Sulawesi em 2000.

Os grupos de apoio aos três e organizações de defesa dos direitos humanos questionaram a justiça do tribunal.

Cerca de quatro mil soldados foram enviados para Sulawesi, uma área que apresenta divisões religiosas. O governo teme que a execução dos três possa gerar mais violência.

Se ocorrerem ações indesejadas ou ações que levem à anarquia, a polícia não vai hesitar em tomar as medidas repressivas, disse o delegado de polícia da região central de Sulawesi, Badroddin Haiti.

Violência

Advogados dos três homens afirmaram que os promotores da província entregaram uma carta afirmando que as execuções vão ocorrer na quinta-feira, dia 21 de setembro. Mas, segundo outras informações, os três poderão ser mortos na sexta-feira.

O procurador-geral Abdul Rachman Saleh disse a jornalistas que a carta, entregue na noite de segunda-feira, afirmava que os homens seriam executados dentro de 72 horas.

Os homens afirmam que são inocentes da acusação de planejar uma série de ataques contra a comunidade muçulmana em Sulawesi Central, no distrito de Poso, em 2000. Pelo menos 70 pessoas morreram nesta série de ataques.

O ataque foi parte de uma onda de violência que deixou mais de mil mortos. A violência começou com uma briga entre gangues de cristãos e muçulmanos em dezembro de 1998.

A execução dos três homens foi adiada em agosto depois de um apelo por clemência do Papa Bento 16 e manifestações de milhares de cristãos indonésios.

Três militantes muçulmanos também está aguardando execução devido ao envolvimento nos ataques de 2002 contra uma casa noturna em Bali, que mataram mais de 200 pessoas.