Um culto de Ação de Graças e a realização do I Congresso Nacional de Ministros marcaram as comemorações dos 114 anos de trabalho evangelizador e missionário da Igreja Evangélica Peruana (IEP), uma das denominações protestantes mais antigas do país.

O culto foi realizado no sábado, 30 de junho, e foi celebrado no local da congregação de Zárate (20 minutos de Lima), lugar onde também se localiza a sede da Secretaria Geral da IEP. Na reunião estiveram presentes pastores e líderes de todo o país, em sua maioria do interior.

A mensagem da Palavra foi exposta pelo pastor Esteban Laureano, que exortou a Igreja a se preocupar com a realidade social, analisou que a IEP “descuidou” nos últimos anos.

“Ministrar o evangelho de Deus é compartilhar com os necessitados”, disse o pregador, depois de fazer alusão à friagem que assola o país, fenômeno climático que fez a temperatura chegar a 20 graus a baixo de zero nas regiões altas andinas, onde se concentram habitantes em condição de extrema pobreza. Pessoas morreram de frio na região.

Laureano recomendou à Igreja “organizar-se bem para cumprir o serviço”. Afirmou que a difusão do evangelho conseguirá estabelecer “mudanças e transformações na sociedade peruana”, e recordou a obra missionária de John Wesley, que disse ser o responsável por salvar a Inglaterra do caos.

Na ocasião o presidente da Assembléia Geral da IEP, Ricardo Alcarraz, realizou uma oração de agradecimento a Deus pela obra realizada.

Nos três dias anteriores, entre 27 e 29 de junho, foi realizado o I Congresso Nacional de Ministros da IEP, organizado pela Comissão Ministerial, de Doutrina e Liturgia Nacional, que é presidida pelo pastor Enrique Alva Callupe.

Durante o Congresso foi analisada a trajetória da denominação, bem como suas perspectivas no século presente quanto à realidade eclesial e social do país.

O missionário britânico Carlos Bright, da Igreja dos Irmãos Livres, chegou ao porto do Callao no dia 17 de junho de 1893, data que indica o início da obra da IEP. Recém chegado, estabeleceu contato com a senhora Petersen, de nacionalidade sueca, que residia no bairro portenho de Chucuito, onde eram realizados cultos somente para estrangeiros. Bright a motivou a abrir as reuniões evangelísticas também para os peruanos. Em pouco tempo a congregação recém formada mudou-se para o centro de Lima, em 1896. Em 1906. chegou o missionário presbiteriano Juan Ritchie, natural da Escócia. Assim como Bright, Ritchie compartilhava a idéia de formar uma igreja nacional livre da influência estrangeira e de disputas entre denominações.

Sob a direção de Ritchie, a congregação de Negreiros impulsionou a missão em Cuzco e Arequipa com sucesso, estendendo-se também ao centro e sul do país. Todas as congregações vinculadas a Negreiros foram organizadas com o nome de “Igreja Evangélica Peruana” através do Sínodo realizado em Muquiyauyo, departamento de Junín, em 1922.

A Igreja Evangélica Peruana caracterizou-se por seu trabalho evangelístico em seus primeiros anos, seja por meio da pregação ou das publicações, onde tinham tratados sobre problemas sociais do país. Soube chegar às classes médias e baixas do país, tendo como público-alvo, no princípio, os camponeses, obreiros e trabalhadores mineiros.