Na primeira sessão do parlamento iraniano após as eleições gerais, a grande expectativa é a discussão de uma lei que condenará à morte qualquer pessoa que decidir deixar a fé muçulmana e se converter a outras religiões
A nova legislação que causa preocupação no Irã e nos demais países estrangeiros, foi proposta principalmente por causa do medo causado pelas conversões via satélite de centenas de iranianos para igrejas evangélicas.
Também houve interesse sobre o fato de que muitos jovens do Irã estão abandonando o islã por estarem cansados das muitas restrições impostas pela fé islâmica.
Convertidos podem chegar a 1 milhão
De acordo com fontes não oficiais, nos últimos cinco anos, um milhão iranianos, principalmente jovens e mulheres, abandonaram o islã e se juntaram a igrejas evangélicas.
O fenômeno pegou de surpresa até mesmo os missionários que trabalham em segredo no Irã. Um pastor evangélico e um ex-muçulmano contaram ao Adnkronos International (AKI) que as conversões são "interessantes, entusiásticas, mas muito perigosas."
“O alto número de conversões é o motivo para a decisão do governo de reprimir os cristãos com esta nova lei”, disse um pastor sob condição de anonimato.
Êxodo em massa
"Freqüentemente nós conseguimos saber de uma comunidade nova que foi formada, depois de muito tempo, dado que as pessoas recolhem-se em suas casas para orar e freqüentemente com rituais que eles inventam sem que haja um guia espiritual", ele contou ao AKI.
“Nós estamos enfrentando uma situação que é mais do que uma conversão à fé cristã", ele disse. "É um êxodo em massa do islã."
Pelo menos desde a 1979, quando houve a Revolução Islâmica no Irã, foram mortos oito cristãos por causa da fé. Sete deles foram apunhalados até morrer depois de terem sido seqüestrados, enquanto apenas um, Seyyed Hossein Soudmand, foi oficialmente condenado à morte
O parlamento, também conhecido como o Majlis, debaterá a lei nova que foi apresentada pelo governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad. De acordo com a lei proposta, qualquer um que nascer de pais muçulmanos e decidir se converter a outra fé, enfrentará a pena de morte.
Atualmente, novos convertidos - particularmente esses que decidiram deixar a fé muçulmana pelas igrejas evangélicas - estão presos ou foram castigados e libertados após alguns anos de detenção.
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