A saída do atacante Amoroso do São Paulo e sua atual ligação com o rival Corinthians não são ainda bem digeridas por muitos e causam até hoje ruídos na Fifa e problemas graves para o seu empresário, Nivaldo Baldo.

“Tenho sido perseguido, ameaçado de morte. É e-mail, orkut, celular. Minha clínica, por sorte, tem um muro de quatro metros, pois atiram pedras. Não tenho dormido, mais por causa dos meus filhos. Minha filha teve que sair do Brasil. Ela está na Itália, e o Amoroso me ajuda a mantê-la na Europa”, conta Baldo, que até os últimos dias fazia declarações ácidas contra o time do Morumbi.

“Perdi dinheiro, perdi muitos amigos, engordei 20 kg com isso tudo. Praticamente não tenho saído. Sei que não é o São Paulo, são torcedores. Começou com a saída do Amoroso do São Paulo e, quando ele voltou para o Corinthians, aumentou. O pessoal não entende”, diz ele.

O desabafo de Baldo aconteceu no mesmo dia em que Amoroso decidiu não falar mais do São Paulo. Ontem, pediu aos jornalistas que não tratassem mais do assunto -antes, cobrava publicamente o pagamento do prêmio pelo Mundial e fazia brincadeiras com ex-colegas.

Na seção do site da Fifa que trata de ligas pelo mundo, Amoroso aparece com grande destaque. Na página, o hoje corintiano vibra com a camisa são-paulina. A imagem não se refere ao Mundial, pois ele ostenta o segundo uniforme tricolor, não usado no Japão.

“”Não sabia disso. Mas não acho interessante mexer com uma entidade como a Fifa. Também não quero mexer com o São Paulo. Eu tenho boa relação com o Juvenal [Juvêncio, presidente são-paulino]”, disse Baldo, que apontou que apenas o departamento de marketing do Corinthians poderia fazer algo para tentar mudar o site.

O empresário lamenta até seus atritos com Marcelo Portugal Gouvêa, ex-presidente do São Paulo e atual diretor de planejamento do clube. “”Pensei em mover ação ele, e hoje é ele que move uma ação contra mim. Falamos coisas em programas, situação que não precisávamos. Foi tudo jogo político. Não queria que chegasse a essa situação. Fiquei nervoso, falei algumas coisas que não devia.” 
Amoroso, há poucos dias, disse que Nivaldo Baldo cobraria o São Paulo “”até a morte” o prêmio pelo Mundial. A situação já é outra. “”Não estou cuidando disso. É com a Gislaine [Nunes, advogada]”, diz Baldo.

O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, lamentou ameaças, perseguições e ataques a Baldo, mas diz que não via razão em declarações provocativas dele ao São Paulo.

“”Posso dizer duas coisas. Primeiro, a sabedoria é a filha do tempo, que é o senhor da razão. Em segundo lugar, sobre o que você me contou, eu lamento.”